Hyundai HB20S Premium: sedã peca no espaço interno e consumo
Mesmo precisando de uma nova geração, modelo ainda traz design atraente
A categoria dos sedãs compactos está em constante movimento neste ano. Em janeiro, a Volkswagen lançou o Virtus, a Honda renovou o City e a Fiat prepara terreno para a chegada do Cronos. De olho em um dos segmentos mais importantes do mercado nacional, o MobTime avaliou por uma semana o Hyundai HB20S Premium, com motor 1.6 e câmbio automático, para saber se ele ainda tem fôlego para concorrer com os modelos já consagrados e os que estão chegando agora ao mercado.
A lista de itens de série é ampla. São quatro airbags, dois frontais e dois laterais; ar-condicionado digital; direção hidráulica; vidros, todos com função um toque; retrovisores e travas elétricos; controles de som no volante; central multimídia de sete polegadas e funções de espelhamento com Apple Car Play e Android Auto. O modelo avaliado também conta com retrovisores com rebatimento elétrico, rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina e sensor de estacionamento entre os principais. O único opcional disponível para o HB20S Premium são os bancos em couro na cor cinza, que custam R$ 1.590 e equipam a unidade avaliada.
Olhando o sedã de frente, chamam atenção a grade hexagonal com aletas cromadas, os faróis com projetores e luzes diurnas em LED. As laterais tem desenho fluído e a traseira é bem equilibrada. Lançado no inicio de 2013, o HB20S não chama tanta atenção nas ruas como antes, mas ainda agrada pelo design, que recebeu retoques no modelo 2016.
À bordo
O interior tem predomínio de plásticos, com exceção dos forros de porta dianteiros que possuem uma porção em couro. Os materiais empregados são de boa qualidade, com encaixes precisos e sem rebarbas aparentes. O painel em dois tons dá sensação de amplitude ao habitáculo. A ergonomia é elogiável, todos os comandos têm fácil acesso e o volante tem regulagem de altura e profundidade. Mesmo revestido em couro, tem aro fino. Já os bancos, apesar de ter boa densidade, não acomodam bem o corpo. Nas curvas mais acentuadas fica perceptível a falta de apoios laterais.
O espaço traseiro é um pouco limitado, não muito condizente com a proposta familiar que o sedã tem. Com banco dianteiro regulado para minha altura, 1,81 m, o pouco espaço para as pernas e cabeça dificulta achar uma posição confortável. Além disso, a ala traseira sofre de pequenos deslizes que poderiam ser corrigidos, como a falta de acabamento em couro nas portas e de cinto de três pontos e encosto de cabeça para o passageiro do centro do banco. Para compensar, existe Isofix para fixação de cadeirinha de bebê. O bom porta-malas de 450 litros está dentro do padrão do segmento, e pode ser ampliado rebatendo os bancos, que são bipartidos.
Impressões ao rodar
O motor 1.6 16v flex de 128 cv de potência quando abastecido com etanol e 122 cv com gasolina, agradou pelo desempenho, mesmo que um tanto limitado pelo câmbio de seis marchas. Em algumas situações, ele parece indeciso, exigindo do motorista trocas manuais - que podem ser feitas pela alavanca - para melhor aproveitamento do motor. Em contrapartida, o câmbio trabalha de maneira suave, sem trancos.
Para a proposta do modelo, o acerto dinâmico é bom. O nível de ruído não incomoda, mas a suspensão um pouco dura colabora para que haja tendência de a traseira sair em curvas mais acentuadas. Uma melhor calibração ou inclusão de controle de estabilidade,
eliminaria esse pequeno detalhe. Outro ponto que chamou atenção é a direção um tanto seca em estradas mal pavimentadas, dando a entender que o sistema não amortece corretamente as imperfeições da via.
Entre os pecados do sedã, vale destacar a falta de freios a disco nas rodas traseiras e o piloto automático. Pelo preço que a Hyundai cobra pelo HB20S, ao menos na versão Premium, deveriam ser itens de série. As rodas de liga leve de 15 polegadas são calçadas com pneus 185/60.
Consumo
O consumo de combustível não é o forte do HB20S, em cicIo urbano. Com ar-condicionado ligado, as médias apuradas não passaram dos 7,5 km/l. Pode ter contribuído para isso a falta de um melhor escalonamento do câmbio. Na estrada, as médias se mantiveram perto dos 14 km/l, compensando a quantidade de gasolina queimada dentro da cidade.
Veredicto
Mesmo defasado em relação aos rivais, o HB2OS Premium ainda agrada quem busca um sedã bonito, confiável, com boa mecânica e que tenha garantia de cinco anos. Este é um difernecial em relação aos rivais, que oferecem no máximo três anos de garantia. Mas o preço de R$ 69.990 é salgado. O pouco espaço interno para os ocupantes do banco traseiro tiram a proposta de sedã familiar que o modelo tem.
Os principais rivais são o Volkswagen Virtus Comfortline 200 TSI que tem preço sugerido de R$ 73.490, o Honda City LX CVT por R$ 72.500 e que acabou de ser reestilizado, os já cansados Chevrolet Prisma LTZ AT por R$ 69.340 e Cobalt LTZ AT por R$ 68.570, e o Cronos, que não teve preços divulgados pela Fiat até o momento.
Na avaliação do MobTime o HB20S foi aprovado com ressalvas, pois peca por oferecer pouco espaço interno e ter consumo elevado de combustível, falhas que podem ser corrigidas em uma nova geração do modelo, prevista para 2020.
Desempenho: 9,0
Dirigibilidade: 8,5
Conforto: 8,0
Acabamento: 8,0
Espaço Interno: 7,0
Consumo: 6,5
Média Final: 7,8
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