Volkswagen Polo 1.6 MSI: um dos lançamentos mais aguardados traz modernidade e segurança como seus atrativos

Modelo peca pela ausência de itens básicos de conforto e conveniência

Fora de linha desde 2014, o Volkswagen Polo sempre foi um hatch muito bem visto no Brasil, ainda que custasse caro. Lançado oficialmente no mercado nacional em setembro do ano passado, o MobTime avaliou a sexta geração do Polo que vem com nova proposta e tem ganhado cada vez mais espaço na acirrada categoria dos hatchs, que traz veteranos como Hyundai HB20 e, o também lançamento, Fiat Argo.

Sendo uma das versões de entrada, o Polo MSI desperta com uma lista de equipamentos de segurança invejáveis para a categoria: são quatro airbags, dois frontais e dois laterais; freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem; controles de tração e estabilidade; assistente de partida em rampas; bloqueio eletrônico do diferencial; ancoragem ISOFIX no banco traseiro e encosto de cabeça e cinto de segurança para todos os ocupantes.

A lista de equipamentos não para por aí. Há também direção elétrica; display multifuncional; Central Multimídia Composition Touch de cinco polegadas com função de espelhamento com Apple Car Play e Android Auto; comandos de som no volante; vidros elétricos tipo um toque nas quatro portas com fechamento global e rodas de liga leve aro 15 polegadas entre os principais. O modelo avaliado é equipado com o pacote Connect Pack, disponível para a versão ao custo de R$ 2.670, elevando o preço do carro para R$ 58.760 sem pintura metálica. Não fazendo parte nem da relação dos opcionais, a versão não dispõe de itens básicos como espelhos com comandos elétricos, coluna de direção ajustável e nem sensores de estacionamento.

Com design atualizado e lançado na Europa quase na mesma época que no Brasil, o Polo impressiona pelo porte. São 4,05m de comprimento e 2,56m de entre-eixos. O carro possui linhas sóbrias com visual agradável, sendo uma evolução natural da geração anterior, não lançada por aqui, mas cuja referência de estilo foi adotada pelo seu irmão menor, o atual Gol. Ou seja: é normal confundirem-no com o veterano hatch da Volkswagen.

À bordo

O acabamento não possui o requinte da última geração vendida por aqui. Os plásticos são onipresentes na cabine: portas e painel, porém, há bons arremates e apenas nas portas dianteira existe um pequeno enxerto de tecido no apoio para os braços. A boa ergonomia garante facilidade no acesso aos comandos e a leitura com clareza dos instrumentos. O volante possui boa empunhadura, ainda que seja sentida a falta de revestimento em couro.

Os bancos possuem densidade que proporciona uma boa dose de conforto aos ocupantes e suas abas laterais seguram bem o corpo em curvas. Os deslizes ficam por conta da falta de regulagem lombar e de acabamento nos trilhos dos assentos. Na parte traseira o modelo acomoda bem duas pessoas oferecendo bom espaço para a cabeça e ombros. Nesta versão não há saída de ar-condicionado traseiro. O porta-malas por sua vez possui bons 300 litros de capacidade e há um pequeno porta-objetos na lateral. O banco traseiro não é bipartido, mas pode ser rebatido.

Impressões ao rodar

O motor MSI 1.6 16v flex rende 117cv de potência quando abastecido com etanol e 110cv quando com gasolina. Oferece desempenho satisfatório com excelente disposição para retomadas e acelerações, auxiliado pelo impecável câmbio manual MQ-200 de cinco velocidades com engates macios e precisos.

A dirigibilidade é o ponto alto do Polo. A condução é bem acertada sendo privilegiada pela direção elétrica e pelo bom acerto dinâmico, que oferece nível de ruído baixo graças à ótima vedação acústica da cabine, assim como o bom acerto da suspensão que filtra bem as irregularidades sem comprometer o conforto. Graças aos anjos da guarda eletrônicos, a estabilidade do carro é exemplar, que não se intimida com curvas ou mudanças bruscas de faixa. A frente com defletores de ar baixo é um convite para raspar em valetas.

Consumo

O consumo de combustível é excelente, e em nossos testes o computador de bordo registrou média de 16km/l, sendo a maioria do tempo em ciclo rodoviário com pequenos trechos em ciclo urbano, abastecido com gasolina e sempre com ar condicionado ligado. Quando apenas em ciclo urbano e nas mesmas condições, a média fica em bons 10km/l. Números que fizeram o modelo receber nota A do Inmetro quanto a eficiência energética.

Veredicto

Moderno, seguro, bem construído e econômico, o Polo MSI tem tudo para dar certo em nosso mercado: os números de vendas divulgados pela Fenabrave já dizem por si, sendo o quarto carro mais vendido em fevereiro. Mesmo com graves falhas de acabamento e ausência injustificada de certos equipamentos, a versão MSI convence.

O Fiat Argo Drive 1.3 com câmbio manual é seu rival mais próximo. Por R$53.900 sem opcionais, o Fiat oferece mais equipamentos de conforto, mas fica devendo em segurança, não dispondo de airbag lateral nem de controles de tração, estabilidade e bloqueio eletrônico do diferencial.

Na avaliação do MobTime o Polo 1.6 MSI foi aprovado com ressalvas: pelo preço que cobra, não dispor de itens de série hoje já considerados obrigatórios, a versão MSI afasta possíveis compradores. O acabamento também poderia ser melhor. No mais, o modelo oferece um bom conjunto para aqueles que priorizam segurança e economia, aliados a uma ótima dirigibilidade.

Notas:

Desempenho: 9,0

Dirigibilidade: 10

Conforto: 9,0

Acabamento: 7,5

Espaço Interno: 9,0

Consumo: 9,0

Média Final: 8,9