Com motor Firefly, Uno evolui e vira sucessor digno para o Mille
Acabamento e itens de série tornam o modelo bom custo-benefício entre os hatches compactos
Motores 1.0 de três
cilindros já não são novidade no mercado. Mesmo assim, eles ainda podem
surpreender muita gente. E este é o principal atrativo do Fiat Uno Drive 1.0
2018. O MobTime testou o compacto da Fiat por 10 dias - e cerca de mil
km - em perímetro urbano e em rodovias do Rio Grande do Sul e afirma: o Mille,
enfim, tem um sucessor à altura.
De série, o modelo já vem com os essenciais ar-condicionado, direção
elétrica, vidros e travas elétricos. Computador de bordo também faz parte dos
itens de fábrica oferecidos no Uno. No site da marca, o compacto idêntico ao
avaliado é encontrado a partir de R$ 43.990. No entanto, para fazer frente à
concorrência, era importante a disponibilidade de uma central multimídia
similar à oferecida dentro de casa, pelo Argo.
Como opção, são oferecidos o Kit Tech Live On, que transforma o smartphone do motorista em uma espécie de central multimídia. O conjunto oferece volante multimídia; faróis de neblina; assistente para partida em rampas, que não deixa o carro descer ao soltar o pedal do freio em subidas; controles de estabilidade e outros itens, como vidros traseiros elétricos, chave canivete, alarme e sensor de pressão dos pneus.
No site, este pacote custa R$ 4.661. Preço bom para a segurança. Mas, como solução de infotenimento, transformar o smartphone em central multimídia não é lá a melhor das soluções. Quem não quiser o sistema oferecido, tem como opção o Kit Tech, que substitui o Live On por um rádio com bluetooth para ligações e streaming. O preço não é convidativo: custa caros R$ 4.453. É preciso oferecer opções com melhor custo-benefício e mais atrativas. Onix Joy e Kwid, por exemplo, saem na frente do Uno ao oferecer MyLink e Media Nav, respectivamente.
Do lado de fora
No exterior, desde 2010 o modelo sobrevive no mercado sem grandes
alterações. Com a mesma base, em 2014 o hatch ganhou um facelift. A dianteira
recebeu modificações em para-choques, faróis e capô. Na traseira, novas lanternas
e para-choque com alterações no design. A traseira e lateral se mantém
agradáveis ao olhar.
Já como linha 2017, a frente passou
pela segunda reestilização e seguiu uma linha não muito bem sucedida: linhas pouco
harmoniosas e plásticos em excesso dão aspecto poluído ao visual. Denúncia de
que o Uno precisa de nova fase.
Abrindo as portas
Ao entrar no Uno que
é possível notar uma grande evolução do Uno.
Ao sentar no banco do motorista, nota-se o novo painel. O desenho é bem
agradável e a qualidade dos materiais é bastante superior ao da primeira fase
desta nova geração do modelo. É
importante dizer que até a ergonomia melhorou: os comandos estão bem à mão. Os
encaixes são muito bons e são raras as rebarbas, coisa que saltava aos olhos no
hatch da Fiat antes destas mudanças. Alguns “grilos” eram ouvidos no interior
do veículo avaliado, que tem cerca de 12 mil km.
Nas portas, há até um tecido, melhorando a sensação dentro do veículo. O volante, no entanto, é possível melhorar. Se por um lado a leveza da direção elétrica deixa as manobras super fáceis – detalharemos melhor isto alguns parágrafos abaixo –, o material utilizado dá cara de que parece uma peça de brinquedo improvisada. O pega do volante nas primeiras unidades da segunda geração do Uno era notavelmente melhor. Os bancos, vale ressaltar, continuam confortáveis. No espaço interno, sem alterações.
Com o banco do motorista posicionado para meus 1,73 m, o espaço traseiro é nada mais do que suficiente para um passageiro do mesmo tamanho que eu. Alguém com 1,80 m ou mais altura vai enfrentar bastante desconforto em viagens longas. O espaço do porta-malas ainda pode melhorar.
Em movimento
Logo ao girar a chave, o Firefly mostra, com uma vibração diferente, que tem um cilindro a menos. Pouco depois da partida, em marcha lenta, o propulsor trabalha de forma serena e quase nenhuma oscilação é passada ao habitáculo. Isso tudo graças aos coxins, que cumprem a função com louvor, e aos contrapesos no volante do motor e no virabrequim.
O destaque, no
entanto, se dá em movimento. O bloco 1.0 de seis válvulas - leves, por sinal! -
não é o mais potente da categoria. São 72 cv na gasolina e 77 cv quando
abastecido com etanol. Mas quando o assunto é torque, o Firefly se sai melhor
do que todos os concorrentes. O torque máximo do Uno (10,4 kgfm - gasolina/10,9
kgfm - etanol) aparece a 3.250 rpm, mais cedo que os 1.0 12v de Ka, Up e HB20,
que só estão disponíveis a partir de 3.500 rpm.
E estes números se traduzem em realidade ao rodar. Tanto na cidade quanto na estrada, o hatch da Fiat mostra vigor. As retomadas a cada esquina são ótimas e, na estrada, mostra força e segurança. Nas ultrapassagens, foi possível conhecer melhor a capacidade elogiável de retomada do carro. Motor e câmbio oferecem um acerto nunca visto antes em um Uno. O antigo bloco Fire, que trabalhava no limite, não deixa o menor resquício de saudade.
E estes números se traduzem em realidade ao rodar. Tanto na cidade quanto na estrada, o hatch da Fiat mostra vigor. As retomadas a cada esquina são ótimas e, na estrada, mostra força e segurança. Nas ultrapassagens, foi possível conhecer melhor a capacidade elogiável de retomada do carro. Motor e câmbio oferecem um acerto nunca visto antes em um Uno. O antigo bloco Fire, que trabalhava no limite, não deixa o menor resquício de saudade.
A direção elétrica é
bem calibrada e direta, uma melhora em relação à primeira fase do compacto. Em
baixas velocidades, com o modo City acionado, torna fácil qualquer tipo de
manobra. Com o carro em andamento, ela fica mais pesada: não há a sensação de
que em qualquer movimento o veículo vá reagir de forma brusca.
Outro aspecto
positivo é o acionamento da seta. Com apenas um toque, para cima ou para baixo,
ela é acionada por cinco vezes: ideal para mudanças de faixa. Na suspensão,
melhoras foram percebidas. O hatch passou a inclinar menos nas curvas, sem
deixar de oferecer conforto, algo prioritário no acerto dos Fiat.
Em um trecho de 40 km em trecho urbano e 430 km em rodovias como a BR-290, que liga Porto Alegre a Uruguaiana, que fica a 630 km da capital gaúcha, com pista simples de duplo sentido e grande circulação de carros e caminhões, o Uno mostrou bom desempenho e economia. Abastecido com etanol, o Fiat fechou a viagem com média de 12,3 km/l e velocidade média de 85 km/h.
Em um trecho de 40 km em trecho urbano e 430 km em rodovias como a BR-290, que liga Porto Alegre a Uruguaiana, que fica a 630 km da capital gaúcha, com pista simples de duplo sentido e grande circulação de carros e caminhões, o Uno mostrou bom desempenho e economia. Abastecido com etanol, o Fiat fechou a viagem com média de 12,3 km/l e velocidade média de 85 km/h.
Veredicto
Com sete anos de mercado, o modelo enfim ganhou um motor que
proporcionou bom desempenho e economia de combustível. No interior, a melhora
no acabamento também colabora para uma avaliação positiva. Entre os aspectos
elogiáveis, também estão a dirigibilidade do modelo. Esta nova fase do Fiat proporcionou
melhoras pontuais em relação ao Uno lançado em 2010, que trouxe fôlego ao nome.
As ressalvas, no entanto, ficam para o design da dianteira e a falta de uma central multimídia como a oferecida no Argo. Nesta altura, a idade fez bem ao Fiat, que chega mais maduro e oferece custo-benefício interessante ao que propõe. Na avaliação do MobTime, o Uno foi aprovado com boa margem.
As ressalvas, no entanto, ficam para o design da dianteira e a falta de uma central multimídia como a oferecida no Argo. Nesta altura, a idade fez bem ao Fiat, que chega mais maduro e oferece custo-benefício interessante ao que propõe. Na avaliação do MobTime, o Uno foi aprovado com boa margem.
Desempenho: 9,5
Dirigibilidade: 10
Conforto: 8,5
Acabamento: 8
Espaço Interno: 7,5
Consumo: 9,5
Média Final: 8,8
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